historico:2014:ensaios:araujo
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+ | ====== Inferência por verossimilhança: | ||
+ | ==Joana Carvalhaes B. Araujo== | ||
+ | * Pós-Graduação em Biologia Comparada, USP-Ribeirão Preto | ||
+ | * joana_araujo@usp.br | ||
+ | ===== Verossimilhança ===== | ||
+ | A estatística frequentista clássica permite realizar inferências apenas a partir de distribuições gaussianas, o que raramente é uma realidade em situações não experimentais. Ainda que, segundo o Teorema do Limite Central, amostras independentes de uma mesma distribuição qualquer resultem sempre em uma distribuição normal (Batista, 2009), é de se questionar o quanto este artifício compromete a análise ao distanciar os dados de sua condição original. A verossimilhança, | ||
+ | ===== Modelo de estudo: mutum-do-sudeste ===== | ||
+ | O mutum-do-sudeste (//Crax blumenbachii// | ||
+ | ===== Verossimilhança para seleção do melhor modelo probabilístico ===== | ||
+ | A primeira pergunta que o meu projeto pretende responder é como se encontra a população de estudo em relação à abundância, | ||
+ | {{: | ||
+ | sendo //s// o número de indivíduos a cada cluster //i// e //Pi// a probabilidade de inclusão deste cluster aos dados, ou seja, a probabilidade do cluster //i// estar na faixa amostrada (//Pc//) multiplicada pela probabilidade de, estando lá, ser detectado (//Pa//). //Pc// é um valor conhecido e refere-se à proporção da área total de estudo que foi de fato amostrada. //Pa// refere-se à proporção da área efetivamente amostrada, o que é estimado em função da distância ao transecto (Figura 1). Esta estimativa é gerada a partir da função probabilística que melhor se ajusta aos dados entre modelos como uniforme, half-normal, | ||
+ | {{: | ||
+ | **Figura 1 – Exemplo de dados de //distance sampling//. A curva define o melhor modelo que explica a perda de detecção com a distância.**\\ | ||
+ | ===== Verossimilhança para investigar a influência de variáveis explicatórias ===== | ||
+ | Outro ponto de interesse da minha pesquisa consiste em compreender melhor a relação do mutum-do-sudeste com o meio em que ele está inserido. Nesse sentido, venho analisando a influência de variáveis ambientais sobre modelos de ocupação com detecção imperfeita. Aqui já não me interessa descobrir a melhor distribuição probabilística, | ||
+ | {{: | ||
+ | **Figura 2 – Exemplo de situação em que a variável //x// influencia positivamente a ocupação (//psi//), descrita por uma função logística. Caso fosse uma variável com efeito negativo sobre //psi//, a função logito apresentaria inclinação contrária, bem como a sua função logística correspondente.** | ||
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+ | ===== Referências bibliográficas ===== | ||
+ | Batista, J.L.F. 2009. Verossimilhança e Máxima Verossimilhança. Centro de Métodos Quantitativos, | ||
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+ | Bolker, B.M. 2008 Ecological Models and Data in R Princeton: Princeton University Press. | ||
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+ | Buckland, S.T //et al.//, 1993. Distance Sampling: Estimating abundance of biological populations. Chapman & Hall, 446 p. | ||
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+ | Burnham, K.P. & Anderson, D.R. 2002. Model selection and multimodel inference. A practical information - theoretic approach. Springer, New York. | ||
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+ | IBAMA, 2004. Plano de Ação para a conservação do mutum-do-sudeste Crax blumenbachii. IBAMA/MMA: Brasília. 50p. | ||
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+ | Mackenzie, D.I.; Nichols, J.D.; Lachman, G.B.; Droege, S.; Royle, J.A.; Langtimm, C.A., 2002. Estimating site occupancy rates when detection probabilities are less than one. Ecology, 83: | ||
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+ | =====Citação===== | ||
+ | Este ensaio é um produto de disciplina da pós-graduação da Universidade de São Paulo. Para citá-lo: | ||
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+ | Araujo, J.C.B. 2014. Inferência por verossimilhança: |